30.10.15

O Poder da Empatia



Compartilho com vocês um vídeo sobre o Poder da Empatia baseado nos estudos de Brene Brown. 

Ela nos inspira a sermos mais empáticos em nossas relações e também esclarece a diferença entre empatia e simpatia.

É um vídeo curto mas bem didático! Aproveitem!!



7.10.15

Tecnologia e Humanidade (palestra The School of Life)

Compartilho com vocês uma palestra da David Baker, editor da revista Wired, dada pela "The School of Life" em nov/2013 no Brasil.
Acho o conteúdo bem atual e com reflexões e dados que nos fazem refletir sobre o impacto da tecnologia e seu uso em nossas vidas. David deu uma palestra objetiva e didática. Tentei colocar aqui tudo o que ele falou (inclusive com referências de livros e autores que ele utilizou para seus argumentos). Espero que vocês gostem tanto quanto eu gostei de assistir!

Temas abordados na palestra:
  •  A tecnologia irá customizar nossos hábitos e nós ficamos com o “resto de nossas vidas”
  •  A provocação é: porque não acessamos nosso sistema operacional – o cérebro – antes de acessar um app  no celular?
  • O Desafio: Unir o humano com o poder da tecnologia
Quais são os 6 elementos que surgem com o uso excessivo da tecnologia em nossas vidas?

1.       Nós perdemos nosso poder pessoal
·         Hoje, na rede, é compartilhado 40 exabytes por mês. Para termos uma ideia, 5 exabyte é o número de palavras que nunca foram ditos em toda a história da humanidade. E, nesse sentido, perdemos qualquer corrida com as gigantes empresas de big data.
·         Outro exemplo: muitos de nós utilizamos o smartphone como despertador. Como isso impacta nossas vidas? Quando acordamos, ainda estamos entre o estado de meia consciência, um torpor onde o cérebro ainda está “acordando”. Quando já despertamos com o celular e na mesma tela do horário vemos nossa agenda e compromissos do dia, isso interrompe a percepção e possibilidade de insigths gerados pelo sono por preocupação.
·         Muito possivelmente, os jovens de hoje serão muito mais ansiosos devido ao exagero do uso da tecnologia e velocidade de resposta que se espera do mundo.
·         Temos que ter cuidado para que a tecnologia não se transforme num vício, pois ela tem características muito parecidas (repetição de reforços e recompensas)
·         Precisamos ajudar as pessoas a desenvolver a habilidade de colocar cada coisa em seu devido lugar

2.       Nós perdemos o poder da lentidão
  •  Entramos numa corrida que nunca vamos vencer
  • O “juízo” vem da reflexão, daquilo que nos dá tempo para pensar
  •   Nós criamos um mundo que espera resultados instantâneo de nós mesmos.
  •  Precisamos recultivar o pensamento lento 
3.       Nos desvalorizamos o pensamento complicado
·         A internet ameaça a especulação
·         O pensamento lento pode levar à resposta e hoje, muitas vezes, a tecnologia nos impede de praticar esse tipo de pensamento – citação de um exemplo do livro Thinking Fast and Slow de Daniel Kaheman

4.       Nós nos tornamos estreitos em nosso pensamento
·         A questão de estar o tempo todo no modo “on”, nos coloca numa bolha, onde estamos em contato com pessoas que pensam como nós (seja nossos amigos no facebook, nossos contatos no twitter, etc)
·         Pois justamente uma vantagem do mundo real é que podemos encontrar “estranhos”, podemos nos surpreender porque os acontecimentos off line não estão sob nosso controle.
·         Nesse sentido, a tecnologia nos faz ficar numa  zona de conforto
·         Temos que resgatar o casual, o fortuito, a observação aleatória

5.       Nós perdemos a alegria à imperfeição       
·         Citação do livro: The Craftsman (O Artesão) de Richard Sennett
·         Devemos ressaltar a importância de ser meticuloso, cuidadoso, o artesão da palavra precisa de tempo

6.       Nós perdemos a nossa privacidade
·         A interconectividade só funciona se compartilhamos informações e nós ainda não temos ideia de como a indiferença entre vida privada e vida pública irá atingir nossas vidas
·         Já há estudos que conseguem mapear com quase 100% de acerto, a raça, sexo, preferências e faixa etária, só considerando os “likes” que damos nas redes sociais.
·         Perdemos a noção de como os encontros presenciais são importantes e tem uma qualidade diferente daqueles on line

Conclusão:

David cita o livro: Drive (O que nos motiva) de Daniel H. Pink. O vídeo abaixo é baseado nesse livro: RSA Animate - Drive: The surprising truth about what motivates us (http://www.youtube.com/watch?v=u6XAPnuFjJc)

O livro é citado para ilustrar a fala do palestrante sobre a complexidade de como funciona o ser humano, principalmente quando se fala de atividades que exigem pensamentos abstratos (o que praticamente é o que acontece nas grandes empresas).

O livro ressalta que as pessoas buscam recompensas que vão além do dinheiro e que são motivas pela perspectiva de atuar com autonomia, da busca da maestria naquilo que fazem e no propósito ou finalidade daquilo que fazem. 

Como reduzir o poder da tecnologia em nós?

1º) Retrair
- Podemos e devemos nos “afastar” da tecnologia, criar “sabáticos” sem tecnologia, desprogramar as notificações que colocamos em nossos celulares (exemplo de uma empresa que proibiu as pessoas de trocarem e-mails às sextas-feiras e verificou aumento de produtividade e felicidade entre seus empregados). 
- Devemos ter autonomia no uso da tecnologia e colocá-la à nossa serviço
- Temos que redescobrir as pessoas ao nosso redor

2º ) Refletir
- Usar o tempo livre para nos relacionarmos com o mundo real, o mundo externo, conversar cara a cara, nos deixar surpreender com as diferenças entre os seres humanos, com a diversidade

3º) Regressar
- Precisamos voltar a usar a tecnologia como usuários e não como escravos: primeiro, vamos ver o que queremos fazer e depois utilizamos a tecnologia
- A lentidão é o início de tudo: vamos seguir na jornada da vida com a tecnologia e não contra ela.